VISOR TERMAL OLHAR VDN-X1

Visores termais não refrigerados Monóculo MIV/OLHAR VDN-X1

Desde a fundação da OPTO em 1985, havia a clara noção na diretoria e equipe, da importância do desenvolvimento da tecnologia de visão termal. No entanto, o orçamento para este desenvolvimento sempre era elevado, e não havia na OPTO recursos próprios para esta empreita. Ao longo de vinte anos, varias tentativas foram feitas para convencer órgãos de financiamento, amealhar as garantias necessárias aceitas pelas entidades como FINEP e BNDES , e criar razoável confiança que haveria demanda por parte das forças armadas. Esta equação nunca se fechou, até que em 2006 a FINEP lançou a primeira chamada para Subvenção Econômica em empresas.

Prontamente a OPTO submeteu a proposta de desenvolvimento de visores termais ao FINEP e a proposta foi aceita. Contrato foi assinado em maio 2007 e as atividades se iniciaram em seguida.

De posse do financiamento a OPTO entrou em contato com o Exercito Brasileiro, o Centro de Tecnologia do Exercito CTEx, que prontamente se engajou na parceria, por intermédio de seu Laboratório de Optronica.

O CTEX pesquisou junto as diversas divisões do EB quais seriam as demandas, e junto com a OPTO , criaram o primeiro documento e doutrina de uso destes tipo de equipamentos. Um ROB e um RTD foram emitidos pelo EB, e assim a OPTO junto com o CTEx puderam gerar uma especificação de um produto que tivesse amplo emprego nas diversos batalhões de operações especiais.

Nasceu assim o Projeto OLHAR VDN-X1, o primeiro visor termal desenvolvido no Brasil para emprego nas forças armadas.

O projeto continha muito desafios. O primeiro foi o de obter sensores infra vermelho térmicos que pudessem ser utilizados sem grandes restrições. Isso acabou forçando decisões de projeto para uso de sensores de gerações “abertas”, ou seja, que pudessem ser controlados por eletrônicas e softwares de pleno domínio da equipe, e não travados em velocidade de resposta ou radiometria, fato decorrente das restrições ITAR e similares. Isso tornou o projeto do sistema um pouco maior que seus competidores de ultima geração, porem o domínio sobre o sistema permitia que o mesmo fosse adaptado às severas condições de emprego no Brasil. O OLHAR VDN-X1 foi criado como 5 versões : Montanha, Caatinga, Pampa, Fuzileiros Navais e Amazonia.

Este ultimo continha um desenho especifico, com materiais e componentes adaptados as condições da selva, incluindo processamento de imagens dedicado. O OLHAR foi testado em todos estes ambientes, e exaustivamente testado em Batalhões de Operações especiais. Continha provisão de uso para baterias de fácil obtenção, comerciais, completamente hermético, podendo ser submergido, e continha proteção anti-fungica em todas as lentes, um importante requisito para sobrevivência na selva.

Outro grande desafio foi o de desenhar e fabricar lentes infravermelhas, utilizando materiais específicos para este uso, tais como Germanio, Silicio, ZnS, ZnSe MgF2, AMTIR que exigiram investimento em maquinas e no desenvolvimento de processos dedicados bem como o de instrumental adequado para testes e medições. Cumpre salientar que foram empregadas lentes anesféricas, um avanço importante, colocando o projeto no mesmo nível dos seus congêneres no exterior. Varias versões de lentes foram construídas, todas intercambiáveis sendo a versão CAÇADOR de longo alcance, ATIRADOR de médio campo de visada, MONOCULO ASSALTO, de grande campo de visada e baixo peso, e a versão REMOTO para controle remoto.

Um primeiro lote 6 unidades foi adquirido pelo Exercito ainda em 2009, para testes operacionais. Algumas destas unidades foram submetidas ao CAEX para certificação. Finalmente em 2012 o projeto foi aprovado e certificado. Um contrato de fornecimento começou a ser discutido. Iniciou-se aqui a “Saga do OLHAR”, uma sequencia de interrupções e ausência de contrato por faltas de verbas, mudanças no ROB/RTD, mudanças de doutrinas, alterações visando o Projeto COBRA, que todos em conjunto acabaram postergando a assinatura do tão desejado lote de industrialização.

Em todo este tempo a OPTO manteve as equipes e os trabalhos em curso. Somente em 2018 foi assinado um contrato de lote piloto, já na OPTO S&D. Todo o acervo técnico, pessoal, instrumental e tecnologia foram transferidos para a OPTO S&D, quem hoje continua com a saga deste programa.

Este programa foi o catalizador de uma série de outros produtos, entre eles o EITMSS e o Sistema de Visão multiespectral para Blindados, discutidos mais adiante.

Fotos das varias configurações do OLHAR, Visor termal financiado pela FINEP e desenvolvido pela OPTO em parceria com o CTEx Monóculo Multi-Propósito VDN-X1, Fuzil 7,62 mm, Fuzil 5,56 mm, Metralhadora 7,62 mm, Metralhadora 0.50”, Capacete de Combate, Máscara Facial Empunhadura Manual, Modelo Fuzileiro, Modelo Controle Remoto.

Algumas imagens feitas pelo OLHAR VDN-X1, alvos a 300m.