A-DARTER

Seeker para o Míssil A-DARTER

Sistema de míssil ar-ar infravermelho de curto alcance para auto defesa (SRAAM) de 5ª geração. Foi esforço de Desenvolvimento em conjunto pelas repúblicas da África do Sul e do Brasil. Denel Dynamics e as companhias brasileiras Avibras, Mectron e Opto Eletrônica S/A.

A história do Míssil A-Darter no Brasil se iniciou em 2005, com um convite feito pela DENEL DYNAMICS, tradicional fabricante de sistemas de defesa da Africa do Sul. A DENEL convidou a FAB a participar do desenvolvimento , propondo participação no investimento 50/50 e assim tendo o direito a uma participação nas futuras vendas do sistema. Pelo acordo, os mísseis empregados pela FAB seriam fabricados no Brasil e reciprocamente aqueles demandados pela SAAF , na Africa do Sul.

O acordo foi fechado em 2006. Estava previsto o envio de equipe de engenheiros e técnicos do Brasil para trabalharem na Africa do Sul, nas instalações sede da DENEL Dynamics em Centurion, e nas instalações da DENEL SYSTEMS, mais tarde RHEINMETALL em Cape Town.

Na ocasião foram contratadas a Mectron e a Avibras, que logo iniciaram os trabalhos em 2007. As duas companhias enviaram cerca de 20 profissionais. Logo se notou que seriam necessárias um aumento do escopo de atuação das equipes, visto que sistema do seeker demandada tecnologias não cobertas por aquelas companhias.

Assim, em meados de 2008 a OPTO foi convidada a participar, fechando o contrato em dezembro daquele ano. Logo em seguida equipe de profissionais da OPTO se instalaram na DENEL Dynamics, participando junto com equipe desta companhia no ativo desenvolvimento do seeker infravermelho. O sistema do seeker de detecção e acompanhamento de alvos era bem sofisticado, sendo que a DENEL necessitou de parcerias com diversas firmas, entre elas a OPTO, para o desenvolvimento daquele subsistema então chamado IRSA. A OPTO teve ativo papel no desenvolvimento dos conjuntos IRSA, da Eletrônica de proximidade e processamento de vídeo, e Dome, pertencentes ao subsistema Gimbal. . Alem do IRSA “Infra red Sub Assembly”, outro destaque foi que a OPTO também desenvolveu o DOME assembly, sofisticado conjunto óptico feito de material extremamente duro, que exigiu grande investimento em maquinas e processos no parque fabril em São Carlos. Mais tarde participou do completo Gimbal Assembly, da Espoleta de proximidade e do Processador central DPA. Por razões de sigilo não se permite aqui a exibição de detalhes, porem a participação da equipe OPTO foi essencial para o desenvolvimento de uma serie de componentes e partes vitais do projeto.

Importante salientar que a proposta da OPTO não contemplava somente o envio de equipe para o trabalho na DENEL, mas também a replicação de laboratórios e de conhecimentos adquiridos.

Para tanto a OPTO inovou pela criação de uma equipe “espelho” em São Carlos, que trabalhava de forma síncrona com a equipe OPTO na DENEL Centurion. Um link de dados ligava diretamente os laboratórios da DENEL com os laboratório da OPTO em São Carlos, tudo supervisionado por oficiais da FAB. Em cada etapa, a equipe espelho replicava todos os trabalhos e desta forma adaptando as técnicas, instrumentos e infra estrutura para permitir a acreditação da fabricação nacional.

As equipes se revezavam periodicamente, sendo que ao todo em 6 anos mais de 12 profissionais da OPTO se estabeleceram na DENEL sendo que no final toda a equipe de mais de 20 profissionais e estavam todos aptos a fabricarem os equipamentos e produtos destinados ao míssil.

Como parte deste esforço, foi construído nas dependências da OPTO em São Carlos um importante laboratório de testes e integração de sistemas optronicos para uso em seekers infravermelhos, sendo capaz de integrar o IRSA e testa-lo nos mesmos níveis e requisitos da DENEL em Centurion. Para tanto foi feito enorme investimento por parte dos acionistas e da FAB. Na época o Brasil já havia escolhido o Caça GRIPPEN e o míssil que seria empregado por este seria o A-DARTER.

Tal abordagem teve sucesso , e em 2012 a primeira unidade fabricada no Brasil teve seu desempenho reconhecido pela DENEL, qualificando a OPTO como fornecedor apto. Em 2014 um lote de 5conjuntos foi exportado para uso pela DENEL em seus ensaios e testes homologatório.

Em 2014 as equipes já haviam retornado par o Brasil, e as atividades de preparação para industrialização tiveram início.

Com as crises de 2015 , e com o encerramento das atividades da Mectron/Odebrech em 2016, e todas as atividades do projeto foram distribuídas pelas equipes remanescentes e seguiram somente com a Avibras e OPTO. Em 2019 a FAB declarou que o programa tinha atingido seus objetivos, encerrando as atividades nas empresas até que houvesse verbas para a equipagem do GRIPPEN.

Protótipos do IRSA e DOME feitos pela equipe “espelho” na OPTO em São Carlos em 2010.

Equipe OPTO nas instalações da DENEL Dynamics em Centurion, Africa do Sul, em maio 2009.

Ensaios das primeiras unidades do A-Darter realizados nos GRIPPEN da SAAF em 2010.